Entrevista

O material a seguir foi produzido pela professora Bernardete Wrublevsky Aued em 10 de novembro de 2002, quando pesquisava sobre a história das profissões em Santa Catarina. A entrevista em áudio com o fotógrafo Waldemar Anacleto foi parte de seu projeto de pesquisa. As fitas de áudio foram concedidas pela professora ao Núcleo de Estudos sobre as Transformações no Mundo do Trabalho (TMT-UFSC).

Confira o aúdio original da entrevista [MP3, 9MB]

 

Waldemar Anacleto: Não sei por quê… porque ele sabe falar. O Ariovaldo Machado é impressionante. A senhora precisa conhecer, inclusive.

Entrevistadoras: Ah, vou conhecê-lo, eu com certeza vou procurá-lo.

Waldemar: Ali atrás do Palácio tem aquele bar, como é ali? O Bob’s, tem o Bob’s com umas mesinhas, assim… o Ariovaldo tá sempre – aliás tenho até uma foto dele pra te mostrar, mas acho que vou ter que mostrar pra vocês lá embaixo – e ele tá sempre ali jogando palitinho com a turma dele, né… Ariovaldo Oscar Machado é impressionante, escreve como ninguém. Escreve a coisa mais linda do mundo. Se ele escrever uma coisa pra senhora, eu tenho certeza que a senhora vai adorar, porque ele… eles contam tudo assim dos portugueses que estavam lá.

Entrevistadoras: Ah, que bom! Eu vou procurá-lo, estou muito satisfeita… É justamente isso que eu vou registrar, eu vou tentar procurar no jornal, também ver se eu acho alguuuuma…

Waldemar: E ele, muitas coisas disso assim, que ele fez comigo assim ele tem até mais lembranças do que eu. Ele pode lhe ajudar mais, assim, entendeu? Porque ele sempre era a minha complementação. Eu sem ele não era nada. Eu fui muito elogiado e tal, mas é por causa da repercussão dele (Ariovaldo Machado). Porque sem ele eu não seria nada.

Entrevistadoras: Senhor Anacleto, e essa exposição que o senhor me contou depois? Que capotou o carro, foi isso? Porque ela se perdeu. Como foi?

Waldemar: Não, não, o carro não capotou não. Essa exposição depois de alguns dias parece que eu perdi… da última exposição que foi feita – não sei se foi no aeroporto do Rio de Janeiro , que eu fiz (a exposição) – só sei que depois de muito montada a exposição, parece que trocou… trocou de governo, foi alguma coisa assim… e eu sei que ela foi aí para um depósito, aí se deteriorou, molharam e aí se estragou toda.

Waldemar: Eu vi depois dois painéis de frutas, acho que de maçãs, que alguém tinha pego assim e levaram. Não sei o fim que deu.

Entrevistadoras: Mas o senhor também me contou que o senhor tinha muito mais fotografias.

Waldemar: Ah, não, mas isso foi no incêncio. Foi no incêndio que deu numa alfaiataria que ficava do meu lado da Felipe Schmidt e pegou lá e me atingiu. Os bombeiros chegaram lá e jogaram água e aí lavaram tudo, meus negativos estavam todos molhados, descolados. Quer dizer, salvou-se alguma coisa. Mas a grande parte de tudo o que eu já te falei, que eu tinha todas as fotografias dos acontecimentos políticos de Santa Catarina e sociais de Santa Catarina, aquilo tudo… fotografias dos industriais, todo o Rio do Vale, todo o Brusque e Blumenau, aquelas senhoras, de tudo aquilo eu tinha em fotografia. Desrendou todinho. Tinha tudo aquilo. Todos os industriais, eu tinha fotografia. Porque eu fazia, também, a parte social em jornais e revistas. Fotografias, do Zuenir Machado…